(1ª Parte)
No começo do século anterior, o matemático alemão David Hilbert (1862-1943) propôs uma série de 23 problemas que, previa ele, determinariam o rumo da Matemática nos anos seguintes. Uma frase do texto com que apresentou esses ditos problemas não passou despercebida: ‘Enquanto um ramo da ciência oferecer uma abundância de problemas (a resolver), ele permanece vivo’. Pois bem, em 1931, um então ainda jovem matemático austríaco, Kurt Gödel, apresentou um trabalho de algumas dezenas de páginas, cheias de símbolos, - e nele deixou claro que Hilbert não estava inteiramente certo nas suas conceções.
Kurt Gödel (1906-1978) |
Essas teorias ou teoremas de Gödel conduziram a um novo ramo da lógica matemática, mais precisamente à teoria da indecidibilidade. Nas suas implicações desmarcadas pela incompletude, a descoberta de proposições indecidíveis foi tão perturbadora no século XX quanto deve ter sido para os pitagóricos, no século IV a.C., a revelação, por Hippasus (ver mitologia), da existência de grandezas incomensuráveis. Mas uma consequência que ultrapassa os limites da Matemática é a que parece condenar um perseguido ideal da ciência: inventar uma coleção de axiomas dos quais todos os fenómenos do mundo natural possam ser deduzidos. (continua...)
Fim da 1ª Parte
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